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HERMES HONÓRIO DA COSTA
( Minas Gerais – Brasil )
Hermes Honório da Costa - Nascimento: São Francisco do Glória - MG/Brasil, em 28/09/1947.
Graduação: Letras e Pedagogia. Pós-graduação:
Especialista em Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Orientação Educacional
Mestre em Lingüística [Análise do Discurso]
Professor e Assessor de Comunicação no UNIARAXÁ - Centro Universitário do Planalto de Araxá; Orientador Educacional na E.E. Luíza Oliveira Faria
Desenvolve pesquisa na área de Lingüística - Análise do Discurso, propondo novas leituras de textos literários e novas metodologias de análise literária.
COSTA, Hermes H. da. Primeiros Versos. Araxá: Edição do Autor, 1992. 116 p
Ex. bibl. Antonio Miranda, doação do livreiro José Jorge Leite de Brito.
Um ano qualquer
um sapo
um gafanhoto
um tatu
um porcoespinho
uma palavra
uma dura realidade
uma resposta fascista
ou
um cheiro podre atravessando na garganta
sufocando a mente
mas...
“vamos construir juntos”
urgentemente é preciso engolir tudo
a seco
e continuar resistindo a morte
na ânsia
de um último momento
de vida
quando
quem sabe
uma alvorada
há de suceder esta noite
g é l i d a e s u f o c a n t e.
Quando
Quando estoura e instaura a solidão
E recai no coração a dor
Quando evade e esvai a escuridão
E crepita o sangue em puro ardor
Quando espreme e fecha as duas mãos
E o espaço cresce a sorrir
Quando estira o rosto a dizer não
E os olhos alçam ao por-vir
Quando a fala fecha sem querer
E o silêncio impõe o teu sem-fim
Quando a fenda abre a sorrir
E já envolve a densa sombra, sim!
Quando até se quer enfim morrer
E a vida se faz pra ti e mim
Sabes
Sabias que sobre a mesa há flores,
Sobre esta mesa quieta e fria e só?
Sabias que o peio a dor sangrava,
Aqui, além num corre-corre, ao pó?
Aquém dos montes, onde os montes morrem,
Na amplidão do azul e nos profundos mares.
No silêncio doce das manhãs bem frias
Donde surgem tristes os casais aos pares.
Deixe que eu encontre teu sorriso largo,
Rara brisa alegre nestas ruas tristes,
Rara paz que é vista neste tempo amargo.
Aurora, onde estás? Como os dias dormem!
Adoro as reticências que teus olhos trazem.
Vivem a brisa e os olhos, enquanto o povo morre.
*
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Página publicada em fevereiro de 2022
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